Para um país que exporta para o mundo o mito e o merchandising da democracia racial, diz-se que no Brasil são 34 anos sem sequer um longa-metragem dirigido por uma mulher negra no circuito comercial. O hiato está entre a ficção realizada por Adélia Sampaio (Amor Maldito, 1984) e o documentário de Camila de Moraes, O Caso do Homem Errado (2017), que passará no FINCAR neste ano.
Os dados da Agência Nacional do Cinema – ANCINE , de que é ZERO o número de realizadoras/roteiristas negras em 142 longas-metragens brasileiros lançados comercialmente em salas de exibição no ano de 2016, são um sinal de alerta para toda a cadeia do audiovisual.
O FINCAR é contra a centralização de recursos que impera no Brasil desde o período colonial. Pensando nisso, montamos uma curadoria contra-hegemônica, pois sabemos o quão é importante não apenas visibilizar os filmes de realizadoras afro-descendentes e indígenas, incluindo as periféricas e LGBTTTI+, mas também buscar agregar essas mulheres desde os primeiros debates estéticos e políticos do festival.
Neste Dia Nacional de Tereza de Benguela e Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha agradecemos a todas aquelas realizadoras negras e indígenas que confiaram seus filmes ao nosso festival, especialmente as que terão seus filmes conosco, saudando assim as suas narrativas de luta.
Equipe FINCAR.